Imagine a seguinte cena: você comprou um celular de última geração e pagou uma fortuna por ele. Algum tempo depois você percebe que há um novo aparelho no mercado, com mais funções e pelo mesmo preço do seu, que por sinal ficou mais barato.
Atire a primeira pedra quem nunca vivenciou algo semelhante. E não é apenas com telefones móveis que isso acontece, mas basicamente todo o tipo de equipamento eletrônico, afinal quando o assunto é tecnologia, uma coisa é certa: todas possuem um prazo de validade.
A quantidade de novidades que surgem é tão grande que é praticamente impossível acompanhar todos os lançamentos. Isso faz com que, por mais que você tente se manter atualizado, sempre haja algo novo esperando ser comprado e consumido por você. Mas qual a lógica de oferecer muito mais do que se pode consumir?
Eles lá, nós aqui
Por mais que nós, brasileiros, tentemos acompanhar os lançamentos das grandes empresas de tecnologia, é inegável o fato que o grande público-alvo são os consumidores americanos.
Como nos Estados Unidos a cultura é claramente consumista, é válido para as empresas lançarem novos produtos em um curto espaço de tempo, já que as pessoas vão adquiri-los pelo simples fato de ser novidade.
Além disso, como o poder de compra do cidadão norte-americano é maior do que a nossa e os aparelhos não sofrem com a forte carga tributária de importação, fica fácil acompanhar os últimos lançamentos e manter-se sempre atualizado tecnologicamente.
No Brasil essa questão é um pouco mais complicada exatamente por esses aparelhos terem de ser importados. Isso faz com que o preço repassado ao consumidor final seja muito além do permitido por sua renda devido às altas taxações que o produto recebe.
Ciclo de vida da tecnologia
Independente de onde você mora, os lançamentos vão chegar e a vontade de comprá-los vai surgir. Porém, se os produtos tecnológicos têm um prazo de validade pré-determinado, como saber se é a hora certa de comprar determinado aparelho ou se ele já se tornou obsoleto?
Algo bastante útil na hora de determinar o período considerado útil de um equipamento ou programa é o chamado ciclo de vida de tecnologia. Ele categoriza uma novidade em várias etapas a partir de sua utilidade e aceitação diante do público.
A partir desses níveis é possível avaliar quanto tempo resta até que aquela tecnologia torne-se ultrapassada. Se você pensa em comprar um iPhone 3GS atual, por exemplo, talvez seja o caso esperar, já que a nova linha de aparelhos com iPhone OS 4.0 já está para chegar.
Na minha época não era assim
Essa avalanche tecnológica parece ser algo bem de nosso tempo, afinal a impressão é que a necessidade de trocar e atualizar as tecnologias presentes em nossas vidas não era tão constante.
E isso não é de todo errado. O que se via eram equipamentos com um tempo de vida útil muito maior do que os atuais. A própria televisão, presente na vida de praticamente todas as pessoas, recebeu poucas novidades significativas em seu quase um século de história.
Por mais que tenha diminuído consideravelmente de tamanho, sua tecnologia teve poucos avanços. Entre os primeiros modelos de TV, ainda em preto e branco, e as que transmitiam imagens em cores foi um espaço de quase 30 anos. A próxima revolução foi a mudança de formato para widescreen com telas em LCD e LED, que demorou cerca de 40 anos pra acontecer.
O mesmo aconteceu com o videocassete. O primeiro modelo surgiu em 1956 e sua vida útil foi de quase 50 anos. Já seu sucessor, o DVD, não teve a mesma durabilidade. Com apenas 16 anos, ele já sofre a pressão da nova geração de mídias Blu-ray.
Casos e casos
Se as novas tecnologias são lançadas com certa frequência, como saber se aquele objeto que você quer tanto comprar vale a pena? Será que não é melhor esperar chegar a próxima novidade?
O problema de aguardar a nova etapa no ciclo de vida dessa tecnologia é que você nunca vai encontrar um momento estável. No momento que um produto se firma no mercado, em pouquíssimo tempo uma atualização ou uma versão ainda melhor é anunciada, o que o força a adquirir mais e mais, ou a filtrar apenas aquilo que lhe é útil.
Temporada de maçãs
Algumas empresas possuem uma estratégia de lançamento bastante prática e que deixa bem claro o tempo útil de cada produto: suas novidades são anunciadas em períodos de tempo pré-determinados.
Um exemplo bastante claro é a própria Apple. Todos os anos, Steve Jobs apresenta ao mundo mais um fruto do grande pomar da empresa de Cupertino. Já virou quase uma regra: o ano começa e todos esperam ansiosamente saber o que a maçã traz de novidade para seus produtos.
Em apenas três anos é possível ver a quantidade de lançamentos apresentados pela empresa e atualizados pouco tempo depois. Em 2007, por exemplo, a primeira versão do iPhone foi apresentado ao mundo. Dois anos depois, o iPhone 3GS.
O mesmo acontece com sua linha de notebooks. O todo-poderoso MacBook já passou por uma série de atualizações que fizeram com que os primeiros modelos já sejam considerados defasados.
Se você está pensando em adquirir algum produto da Apple e não sabe a atual situação de lançamentos, uma ótima dica é o guia de compras do site MacRumors. Ele lista todos os produtos da empresa e indica se este é o momento apropriado para comprar determinado aparelho a partir de rumores e anúncios de novos modelos.
A questão iPad
Como faz todos os anos, a Apple já tratou de anunciar sua grande novidade para o ano de 2010: o tão badalado iPad. Porém, apesar de toda a euforia, o tablet foi muito criticado pela falta de alguns recursos considerados essenciais, como entrada USB e câmera embutida.
Mesmo assim, muita gente comprou seu iPad sem se importar com esses detalhes. Porém, já se sabe que uma espécie de tablet 2.0 será lançada pela Apple em breve e com algumas funcionalidades inexistentes no modelo atual. Será que é realmente válido se empolgar e comprar o já lançado ou é melhor esperar até que ele seja atualizado e remodelado?
Sistemas operacionais
A atualização de tecnologias não é exclusividade de produtos eletrônicos. Programas são constantemente modificados e recebem novas versões com certa frequência. E o mesmo acontece com os sistemas operacionais.
Para cada uma das primeiras versões do Windows, por exemplo, havia um intervalo de dois ou três anos entre os lançamentos. Foi a partir do Windows 98 que a periodicidade das atualizações passou a ser anual.
Um fato curioso é que os usuários brasileiros do sistema da Microsoft têm certa resistência em fazer atualizações. O Windows 98 foi um dos mais populares e demorou alguns anos para enfim ser substituído pelo XP, que depois de nove anos após seu lançamento, ainda é um dos SO mais utilizados no Brasil.
Já para o Ubuntu, o período de atualização é de seis em seis meses, sendo geralmente feita nos meses de abril e outubro. O único problema é que o tempo de vida útil total do sistema é bem curto: em média, não ultrapassa os dois anos.
Programas
Com os programas acontece a mesma coisa. As novas versões são lançadas com frequência e adicionam recursos e possibilidades antes impossíveis. Em aplicativos gratuitos, como navegadores, isso é sempre visto com bons olhos, mas a coisa muda de figura quando é preciso comprar a nova atualização.
O Adobe Suíte, por exemplo, apresenta constantes mudanças desde a versão CS2. São novas funções que fazem com que adquirir o recém-lançado CS5 seja praticamente obrigatório para quem trabalha com esses aplicativos.
Já com navegadores gratuitos essa mudança não chega a ser vista como “prazo de validade”, já que as novidades funcionais podem ser simplesmente baixadas a partir de uma atualização. Mas são pequenos acréscimos que fazem com que todo o ramo tenha de ser adaptar e o usuário aprender a mexer com aquele novo recurso.
Quem não se lembra de quando o Firefox possibilitou a utilização de complementos a partir de sua versão 3.0? Foi um dos principais que fizeram com que usuários migrassem para o navegador da raposa e somente depois de um tempo que o Google Chrome adicionou o mesmo recurso.
Celular de última geração da semana
O exemplo que abre este artigo remete exatamente a um dos setores em que os produtos mais sofrem com curto tempo de vida: os celulares. São tantos modelos lançados e tão pouco tempo que é praticamente impossível estar por dentro da última tendência.
Se você é da época em que os telefones móveis ainda tinham toques monofônicos e o número de modelos era bastante limitado, certamente deve se assustar com a quantidade de opções disponíveis na hora de comprar um novo. E todos eles com inúmeras funções que vão além do simples fazer e receber chamadas.
Além disso, o preço acompanha as novidades. À medida que novos modelos são lançados, o valor tende a cair e faz com que os aparelhos da “geração” passada fiquem mais baratos. Com isso, aquele celular que custava R$ 800,00 passa a custar R$ 500,00 em menos de um mês.
Nem sempre o novo é o melhor
Comprar um produto logo em seu lançamento tem suas vantagens. Se você é alguém que prioriza a exclusividade, ter um produto antes de todo mundo é algo deveras satisfatório. Porém, nem sempre o resultado é positivo.
Quem corre sempre atrás do “primeiro lote” pode ter problemas quanto à qualidade do equipamento. Defeitos são bastante comuns nos primeiros modelos e passam a ser corrigidos apenas nos subsequentes.
Já ouviu falar em 3RL? As tão temidas três luzes da morte que dão origem à sigla são resultado de um defeito na placa de vídeo do Xbox 360. Quem comprou o console logo que foi lançado teve muita dor de cabeça exatamente pelo fato de a Microsoft não ter percebido um problema de superaquecimento.
Outro problema com video games foi com o Nintendo DS. Apesar de menos “popular” do que o 3RL, alguns portáteis dos primeiros lotes tinham um defeito na dobradiça. Com o passar do tempo, surgia uma rachadura que basicamente condenava o console.
Quem comprou uma TV de plasma logo em sua primeira geração também deve ter se arrependido. Elas possuíam um sério problema em relação a imagens estáticas, que deixavam uma espécie de sombra, como se um vulto da cena anterior continuassem após troca de tela.
Quem espera, sai no lucro
Além disso, o preço é sempre algo a ser levado em conta. Aquilo que é novidade sempre vai ter um preço elevado. Coma constante atualização de tecnologias, o novo logo se torna velho e, portanto, fica mais barato, como no caso dos celulares.
Assim, se você quer comprar algo, espere até que os preços saiam da expectativa e se tornem mais acessíveis. Logo após seu lançamento, o Playstation 3 era comercializado com valores que ultrapassavam os R$ 2 mil. Hoje, quase quatro anos depois, é possível encontrá-lo por menos da metade desse preço.
Isso sem falar daqueles equipamentos que hoje são caros, mas amanhã se tornam baratos e obsoletos. Lembra aquele MP3 player de 128 MB que você pagou R$ 200,00? Pois é, hoje ele não vale mais do que R$ 50,00 e você encontra um de até 4 GB pelo mesmo valor.
Mas afinal, o que é melhor?
Agora fica a pergunta: o que é melhor fazer? Será que realmente vale a pena tentar acompanhar as últimas novidades tecnológicas ou esperar até que aquele produto que atende suas necessidades fique com um preço mais acessível?
A resposta é depende. Que tipo de consumidor você é? Se for aquele ávido por novidades e tem condições de adquirir todos os grandes lançamentos, vá em frente! Porém, se prefere apenas para uso diário e não se importa tanto com os novos modelos, espere.
Como dito neste artigo, o burburinho, ou hype, é um dos principais fatores para elevar os preços. Mas basta até que a nova onda de produtos chegue para que a primeira fique mais barata e acessível. Isso evita que você volte depois à loja e perceba que poderia ter economizado muito dinheiro se tivesse esperado um pouco mais.
Por outro lado, é preciso ficar atento para não comprar algo que já está datado ou até mesmo obsoleto. Como a tecnologia evolui a uma velocidade impressionante, é sempre importante estar por dentro de notícias e anúncios de grandes empresas, afinal você não vai querer comprar algo velho, não é mesmo?
Agora é sua vez de opinar! Qual seu perfil de usuário? Compra tudo o que sai ou espera o preço ficar mais acessível? Já adquiriu algo quando lançou e se arrependeu? E algo já obsoleto? Conte nos comentários!
Atire a primeira pedra quem nunca vivenciou algo semelhante. E não é apenas com telefones móveis que isso acontece, mas basicamente todo o tipo de equipamento eletrônico, afinal quando o assunto é tecnologia, uma coisa é certa: todas possuem um prazo de validade.
A quantidade de novidades que surgem é tão grande que é praticamente impossível acompanhar todos os lançamentos. Isso faz com que, por mais que você tente se manter atualizado, sempre haja algo novo esperando ser comprado e consumido por você. Mas qual a lógica de oferecer muito mais do que se pode consumir?
Eles lá, nós aqui
Por mais que nós, brasileiros, tentemos acompanhar os lançamentos das grandes empresas de tecnologia, é inegável o fato que o grande público-alvo são os consumidores americanos.
Como nos Estados Unidos a cultura é claramente consumista, é válido para as empresas lançarem novos produtos em um curto espaço de tempo, já que as pessoas vão adquiri-los pelo simples fato de ser novidade.
Além disso, como o poder de compra do cidadão norte-americano é maior do que a nossa e os aparelhos não sofrem com a forte carga tributária de importação, fica fácil acompanhar os últimos lançamentos e manter-se sempre atualizado tecnologicamente.
No Brasil essa questão é um pouco mais complicada exatamente por esses aparelhos terem de ser importados. Isso faz com que o preço repassado ao consumidor final seja muito além do permitido por sua renda devido às altas taxações que o produto recebe.
Ciclo de vida da tecnologia
Independente de onde você mora, os lançamentos vão chegar e a vontade de comprá-los vai surgir. Porém, se os produtos tecnológicos têm um prazo de validade pré-determinado, como saber se é a hora certa de comprar determinado aparelho ou se ele já se tornou obsoleto?
Algo bastante útil na hora de determinar o período considerado útil de um equipamento ou programa é o chamado ciclo de vida de tecnologia. Ele categoriza uma novidade em várias etapas a partir de sua utilidade e aceitação diante do público.
A partir desses níveis é possível avaliar quanto tempo resta até que aquela tecnologia torne-se ultrapassada. Se você pensa em comprar um iPhone 3GS atual, por exemplo, talvez seja o caso esperar, já que a nova linha de aparelhos com iPhone OS 4.0 já está para chegar.
Na minha época não era assim
Essa avalanche tecnológica parece ser algo bem de nosso tempo, afinal a impressão é que a necessidade de trocar e atualizar as tecnologias presentes em nossas vidas não era tão constante.
E isso não é de todo errado. O que se via eram equipamentos com um tempo de vida útil muito maior do que os atuais. A própria televisão, presente na vida de praticamente todas as pessoas, recebeu poucas novidades significativas em seu quase um século de história.
Por mais que tenha diminuído consideravelmente de tamanho, sua tecnologia teve poucos avanços. Entre os primeiros modelos de TV, ainda em preto e branco, e as que transmitiam imagens em cores foi um espaço de quase 30 anos. A próxima revolução foi a mudança de formato para widescreen com telas em LCD e LED, que demorou cerca de 40 anos pra acontecer.
O mesmo aconteceu com o videocassete. O primeiro modelo surgiu em 1956 e sua vida útil foi de quase 50 anos. Já seu sucessor, o DVD, não teve a mesma durabilidade. Com apenas 16 anos, ele já sofre a pressão da nova geração de mídias Blu-ray.
Casos e casos
Se as novas tecnologias são lançadas com certa frequência, como saber se aquele objeto que você quer tanto comprar vale a pena? Será que não é melhor esperar chegar a próxima novidade?
O problema de aguardar a nova etapa no ciclo de vida dessa tecnologia é que você nunca vai encontrar um momento estável. No momento que um produto se firma no mercado, em pouquíssimo tempo uma atualização ou uma versão ainda melhor é anunciada, o que o força a adquirir mais e mais, ou a filtrar apenas aquilo que lhe é útil.
Temporada de maçãs
Algumas empresas possuem uma estratégia de lançamento bastante prática e que deixa bem claro o tempo útil de cada produto: suas novidades são anunciadas em períodos de tempo pré-determinados.
Um exemplo bastante claro é a própria Apple. Todos os anos, Steve Jobs apresenta ao mundo mais um fruto do grande pomar da empresa de Cupertino. Já virou quase uma regra: o ano começa e todos esperam ansiosamente saber o que a maçã traz de novidade para seus produtos.
Em apenas três anos é possível ver a quantidade de lançamentos apresentados pela empresa e atualizados pouco tempo depois. Em 2007, por exemplo, a primeira versão do iPhone foi apresentado ao mundo. Dois anos depois, o iPhone 3GS.
O mesmo acontece com sua linha de notebooks. O todo-poderoso MacBook já passou por uma série de atualizações que fizeram com que os primeiros modelos já sejam considerados defasados.
Se você está pensando em adquirir algum produto da Apple e não sabe a atual situação de lançamentos, uma ótima dica é o guia de compras do site MacRumors. Ele lista todos os produtos da empresa e indica se este é o momento apropriado para comprar determinado aparelho a partir de rumores e anúncios de novos modelos.
A questão iPad
Como faz todos os anos, a Apple já tratou de anunciar sua grande novidade para o ano de 2010: o tão badalado iPad. Porém, apesar de toda a euforia, o tablet foi muito criticado pela falta de alguns recursos considerados essenciais, como entrada USB e câmera embutida.
Mesmo assim, muita gente comprou seu iPad sem se importar com esses detalhes. Porém, já se sabe que uma espécie de tablet 2.0 será lançada pela Apple em breve e com algumas funcionalidades inexistentes no modelo atual. Será que é realmente válido se empolgar e comprar o já lançado ou é melhor esperar até que ele seja atualizado e remodelado?
Sistemas operacionais
A atualização de tecnologias não é exclusividade de produtos eletrônicos. Programas são constantemente modificados e recebem novas versões com certa frequência. E o mesmo acontece com os sistemas operacionais.
Para cada uma das primeiras versões do Windows, por exemplo, havia um intervalo de dois ou três anos entre os lançamentos. Foi a partir do Windows 98 que a periodicidade das atualizações passou a ser anual.
Um fato curioso é que os usuários brasileiros do sistema da Microsoft têm certa resistência em fazer atualizações. O Windows 98 foi um dos mais populares e demorou alguns anos para enfim ser substituído pelo XP, que depois de nove anos após seu lançamento, ainda é um dos SO mais utilizados no Brasil.
Já para o Ubuntu, o período de atualização é de seis em seis meses, sendo geralmente feita nos meses de abril e outubro. O único problema é que o tempo de vida útil total do sistema é bem curto: em média, não ultrapassa os dois anos.
Programas
Com os programas acontece a mesma coisa. As novas versões são lançadas com frequência e adicionam recursos e possibilidades antes impossíveis. Em aplicativos gratuitos, como navegadores, isso é sempre visto com bons olhos, mas a coisa muda de figura quando é preciso comprar a nova atualização.
O Adobe Suíte, por exemplo, apresenta constantes mudanças desde a versão CS2. São novas funções que fazem com que adquirir o recém-lançado CS5 seja praticamente obrigatório para quem trabalha com esses aplicativos.
Já com navegadores gratuitos essa mudança não chega a ser vista como “prazo de validade”, já que as novidades funcionais podem ser simplesmente baixadas a partir de uma atualização. Mas são pequenos acréscimos que fazem com que todo o ramo tenha de ser adaptar e o usuário aprender a mexer com aquele novo recurso.
Quem não se lembra de quando o Firefox possibilitou a utilização de complementos a partir de sua versão 3.0? Foi um dos principais que fizeram com que usuários migrassem para o navegador da raposa e somente depois de um tempo que o Google Chrome adicionou o mesmo recurso.
Celular de última geração da semana
O exemplo que abre este artigo remete exatamente a um dos setores em que os produtos mais sofrem com curto tempo de vida: os celulares. São tantos modelos lançados e tão pouco tempo que é praticamente impossível estar por dentro da última tendência.
Se você é da época em que os telefones móveis ainda tinham toques monofônicos e o número de modelos era bastante limitado, certamente deve se assustar com a quantidade de opções disponíveis na hora de comprar um novo. E todos eles com inúmeras funções que vão além do simples fazer e receber chamadas.
Além disso, o preço acompanha as novidades. À medida que novos modelos são lançados, o valor tende a cair e faz com que os aparelhos da “geração” passada fiquem mais baratos. Com isso, aquele celular que custava R$ 800,00 passa a custar R$ 500,00 em menos de um mês.
Nem sempre o novo é o melhor
Comprar um produto logo em seu lançamento tem suas vantagens. Se você é alguém que prioriza a exclusividade, ter um produto antes de todo mundo é algo deveras satisfatório. Porém, nem sempre o resultado é positivo.
Quem corre sempre atrás do “primeiro lote” pode ter problemas quanto à qualidade do equipamento. Defeitos são bastante comuns nos primeiros modelos e passam a ser corrigidos apenas nos subsequentes.
Já ouviu falar em 3RL? As tão temidas três luzes da morte que dão origem à sigla são resultado de um defeito na placa de vídeo do Xbox 360. Quem comprou o console logo que foi lançado teve muita dor de cabeça exatamente pelo fato de a Microsoft não ter percebido um problema de superaquecimento.
Outro problema com video games foi com o Nintendo DS. Apesar de menos “popular” do que o 3RL, alguns portáteis dos primeiros lotes tinham um defeito na dobradiça. Com o passar do tempo, surgia uma rachadura que basicamente condenava o console.
Quem comprou uma TV de plasma logo em sua primeira geração também deve ter se arrependido. Elas possuíam um sério problema em relação a imagens estáticas, que deixavam uma espécie de sombra, como se um vulto da cena anterior continuassem após troca de tela.
Quem espera, sai no lucro
Além disso, o preço é sempre algo a ser levado em conta. Aquilo que é novidade sempre vai ter um preço elevado. Coma constante atualização de tecnologias, o novo logo se torna velho e, portanto, fica mais barato, como no caso dos celulares.
Assim, se você quer comprar algo, espere até que os preços saiam da expectativa e se tornem mais acessíveis. Logo após seu lançamento, o Playstation 3 era comercializado com valores que ultrapassavam os R$ 2 mil. Hoje, quase quatro anos depois, é possível encontrá-lo por menos da metade desse preço.
Isso sem falar daqueles equipamentos que hoje são caros, mas amanhã se tornam baratos e obsoletos. Lembra aquele MP3 player de 128 MB que você pagou R$ 200,00? Pois é, hoje ele não vale mais do que R$ 50,00 e você encontra um de até 4 GB pelo mesmo valor.
Mas afinal, o que é melhor?
Agora fica a pergunta: o que é melhor fazer? Será que realmente vale a pena tentar acompanhar as últimas novidades tecnológicas ou esperar até que aquele produto que atende suas necessidades fique com um preço mais acessível?
A resposta é depende. Que tipo de consumidor você é? Se for aquele ávido por novidades e tem condições de adquirir todos os grandes lançamentos, vá em frente! Porém, se prefere apenas para uso diário e não se importa tanto com os novos modelos, espere.
Como dito neste artigo, o burburinho, ou hype, é um dos principais fatores para elevar os preços. Mas basta até que a nova onda de produtos chegue para que a primeira fique mais barata e acessível. Isso evita que você volte depois à loja e perceba que poderia ter economizado muito dinheiro se tivesse esperado um pouco mais.
Por outro lado, é preciso ficar atento para não comprar algo que já está datado ou até mesmo obsoleto. Como a tecnologia evolui a uma velocidade impressionante, é sempre importante estar por dentro de notícias e anúncios de grandes empresas, afinal você não vai querer comprar algo velho, não é mesmo?
Agora é sua vez de opinar! Qual seu perfil de usuário? Compra tudo o que sai ou espera o preço ficar mais acessível? Já adquiriu algo quando lançou e se arrependeu? E algo já obsoleto? Conte nos comentários!
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