Outro pacotão da coluna Segurança para o PC traz respostas para mais três  dúvidas deixadas por leitores: é mentira que não há vírus para Mac? Que tipo de  brecha pode ser explorada sem “nenhum” programa aberto? Pode-se dizer que um  computador sem vírus (malware) não foi invadido? Confira!
Se você  tem alguma dúvida sobre segurança da informação (antivírus, invasões,  cibercrime, roubo de dados etc.), vá até o fim da reportagem e utilize a seção  de comentários. A coluna responde perguntas deixadas por leitores todas as  quartas-feiras.
>>> Vírus no Mac
A coluna realizou uma  análise da competição Pwn2Own, em que o navegador Safari, rodando em um Mac,  foi invadido. Um leitor deixou a seguinte pergunta:
Por tudo isso  que eu li, pode se concluir que o MacOs X é vulnerável, só não há vírus ou  interesse de infectá-los? Essa conversa de que Mac não tem vírus é mentira? 
Marcelo Mitsuo
Marcelo, os fatos são os seguintes: 
- Há brechas no navegador web Safari, porém elas não são exploradas de  forma massiva na internet até agora.
- Existem códigos maliciosos para  Mac sendo disseminados na web. Inclusive, a versão mais recente do MacOS X, o  Snow Leopard, trouxe um antivírus rudimentar embutido no próprio sistema  operacional para barrar algumas das pragas mais comuns. Esses códigos maliciosos  são do tipo “cavalos de troia”. Isso porque eles não se espalham sozinhos ou de  usuário para usuário. Existem sites na internet criados especificamente para  infectar os usuários de Mac. Programas piratas também.
- Já existem  códigos maliciosos de todo tipo para Mac: vírus, worms, cavalos de troia e até  antivírus falsos, que são o tipo de problema que mais tem crescido para Windows. 
- Os códigos maliciosos para Mac precisam de autorização para infectar o  sistema, o que também ocorre em um Windows Vista ou Windows 7 que estiver com o  UAC ativado ou com um Windows XP que estiver com um usuário em uma conta  limitada.
O discurso sobre códigos maliciosos para Mac se baseia, em  alguns casos, na ambiguidade da palavra “vírus”. Para especialistas, em uso  clássico, ela significa “apenas códigos maliciosos que se espalham de um  computador para outro”. Não havia código malicioso para Mac que fechava com essa  classificação, então muitos diziam que “não há vírus”.
Quando um código  malicioso capaz de se espalhar apareceu, algumas pessoas da comunidade Mac,  insistentes, resolveram distorcer vírus para “uma praga que se espalha sem  intervenção do usuário, explorando brechas no sistema”. Essa definição  simplesmente não existe. Normalmente, esse tipo de praga é chamada de worm, e  não de vírus, e nem todos os worms exploram brechas ou se espalham sem nenhuma  intervenção.
Sendo polêmica ou não essa definição de vírus ou worm, o  fato é que, para a grande maioria das pessoas, “vírus” significa a mesma coisa  que “qualquer tipo de praga digital” ou “qualquer tipo de código malicioso que  causa problemas no PC”. Essa é a definição popular. E, usando essa definição,  pode-se dizer que há sim vírus para Mac e eles são disseminados na web. 
Vale ainda adicionar que o preço pago por uma infecção de Mac é cerca  de 80 centavos e que esse valor ainda é inferior ao que é pago por  computadores Windows.
Também é relevante comentar, no entanto, que o  risco de infecção no Mac é baixo. A coluna não entende, por exemplo, que é  necessário um antivírus no Mac.
>>> Brechas que não precisam de software aberto
Você disse em uma de suas colunas de respostas que, para que um sistema fosse  invadido usando um navegador, seria necessário que um site ou um aplicativo o  usasse (como IE rodar no FF), mas pelo que li há brechas que podem ser  executadas mesmo sem interação do usuário ou aplicativo, certo?
Wellington  Guedes
Existe um software que está em execução o tempo todo no seu  computador, Wellington: o sistema operacional. E além do sistema, há vários  outros programas que acreditam ser importantes o suficiente para serem  executados o tempo todo: drivers, programas de impressoras etc.
E o  pior: alguns desses componentes, além de estarem o tempo todo em execução, ficam  “esperando” por dados na rede. É aí que entra a possibilidade de um ataque. 
Se uma brecha for encontrada em um desses componentes , um computador  pode ser “invadido” – ou infectado – sem que você abra qualquer arquivo. Basta  estar conectado à internet, porque o programa já vai estar apto a receber dados  o tempo todo.
Esse tipo de falha é grave, mas felizmente não é muito  comum. Porém, quando acontece, o estrago é grande. O Conficker, por exemplo, faz  uso de uma brecha no Windows que funciona assim, sem nenhuma interação do  usuário além de estar em uma conexão com a internet. 
>>> Varredura de antivírus e invasão  
Quando uma varredura completa com antivírus não detecta nada no PC (nenhum  malware) e presumindo que realmente o PC esteja limpo, isso é suficiente para  afirmar que ele não está invadido? Em outras palavras: só há invasão através de  um malware? Um PC limpo não precisa de firewall?
Zélio Perdigoto Grosmelha 
Antes de tudo, vale ressaltar que nenhum antivírus pode garantir que o  computador está mesmo limpo. É necessário atenção para outros sintomas. Na  dúvida, verificações com antivírus on-line podem ser realizadas – lembrando que  instalar dois antivírus não é bom. Mas vamos agora à resposta.
“Malware”  é muito genérico, porque define qualquer código malicioso. Se alguém invadiu seu  computador, na maioria das vezes ele terá usado algum tipo de malware. Por outro  lado, após uma invasão, independentemente da maneira como ela ocorreu, é bem  comum a instalação de um vírus para manter aquele computador invadido sob  controle.
Mas, quando se fala de ataques individuais, com vítimas  específicas, fica mais difícil. Muitas vezes, o hacker quer acessar o computador  apenas para roubar dados. Aí, não vale a pena deixar nenhum código malicioso –  arrisca ser um “rastro”, mesmo que invasor faça o seu melhor para esconder a  presença do código deixado.
Por esse motivo, não é tão simples afirmar  que um computador sem infecção não foi invadido. Para o usuário comum, no  entanto, a grande maioria dos ataques visa à instalação de um vírus. 
Quanto ao firewall, PCs limpos são os que mais precisam de firewalls. Os  firewalls atuam na prevenção de ataques como os explicados na resposta acima. E  também pode agir como indicadores de quando há algo errado. Se, quando você não  está fazendo absolutamente nada de diferente, algum programa desconhecido  solicitar autorização do firewall, é provável que algum problema possa estar  ocorrendo.
A coluna Segurança para o PC de hoje fica por aqui, mas essa  semana ainda tem o resumo de notícias, que sai na sexta-feira (16). Até lá, não  deixe de escrever sua pergunta, sugestão ou crítica na seção de comentários,  aberta logo abaixo. 

 
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